RIU – Sequência didática: elementos para reflexão e desenvolvimento

andreia lace

 

Profa. Dra. Andréia Mello Lacé

Faculdade de Educação

Departamento de Planejamento e Administração/UnB

Currículo Lattes

 


dani pamplona

 
Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira

Faculdade de Educação

Departamento de Planejamento e Administração/UnB

Currículo Lattes

 




Organizar o ensino é uma das ações que integra o trabalho docente. A tarefa não é simples, pois exige método, técnica, planejamento e escolhas de estratégias didáticas, recursos e atividades adequados para que os estudantes alcancem com êxito os objetivos de aprendizagem. Em situação emergencial, como a provocada pela pandemia da COVID-19, a organização do ensino se torna mais complexa devido, entre outros aspectos, à ruptura com a presencialidade física e a organização do espaço virtual onde as atividades ocorrerão.

O que é a sequência didática?

A sequência didática é uma das estratégias que pode auxiliar na organização do ensino/aprendizagem, tanto na modalidade presencial, quanto no ensino não presencial emergencial. 

No campo da educação, compreende-se sequência didática, como uma série ordenada e articulada de atividades que compõem cada unidade temática (ZABALA, 1998). Em outras palavras, é a especificação de cada ação que ocorrerá na aula ou nas aulas, com estimativa de tempo de realização, incluindo a avaliação da aprendizagem. As ações escolhidas precisam dialogar entre si, para se constituir numa totalidade coerente e significativa, com sentido, para o  estudante.

SD:  pressupõe um encadeamento ordenado, uma sequenciação lógica de temas/conteúdos, envolvendo ações, atos, fatos, procedimentos por meio de recursos didáticos diversos.  


As sequências didáticas dizem muito sobre as concepções docentes de ensino/aprendizagem e os princípios educativos.

Por exemplo, quanto mais interativa é a atividade desenhada no passo a passo, mas se evidencia o princípio do estudante como protagonista do seu processo de aprendizagem. O professor mobiliza a participação do estudante por meio de um conjunto de estratégias de aprendizagem ativa, desafiadoras e oferece andaimes, apoios pedagógicos, para o desenvolvimento do estudante em níveis de maior complexidade. A proposição de atividades e recursos diversificados são essenciais na sequência didática. Inclusive, identificar os conhecimentos prévios e as experiências anteriores dos estudantes podem resultar em bons subsídios para a elaboração da sequência didática.

A SD deve apresentar um conjunto de ações para a construção do conhecimento científico compreendendo que é do conflito cognitivo que a aprendizagem se constrói (ZABALA, 1998). Nesse contexto, se temos como princípio o protagonismo dos estudantes,  podermos partilhar com eles a sequência didática para sugestões, proposições de melhorias e para promover ainda mais o engajamento e o compromisso com a aula.

Na elaboração da sequência didática contemple os elementos descritos a seguir.

a) Definição do tema a ser tratado e dos objetivos de aprendizagem

Após a definição do tema, é importante que uma sequência didática tenha sempre como referência os objetivos de aprendizagem. Assim, ela deve expressar etapas para que o objetivo seja alcançado ao final da aula. Entendemos objetivo de aprendizagem como aquele que expressa os comportamentos, com base em níveis cognitivos, que o estudante deve alcançar. Você poderá usar a Taxonomia de Bloom para guiar a escrita desses objetivos. Veja uma referência a respeito: https://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf

Assim, a constituição de um objetivo de aprendizagem seria:

No final desta aula, o estudante será capaz de VERBO + OBJETO, onde:

O VERBO estabelece o processo cognitivo que será empregado para que se atinja o objetivo (por exemplo, memorizar, compreender, executar ou classificar).

O OBJETO deve indicar o tipo de conhecimento que constitui o foco do processo mental.

Ainda sobre os objetivos de aprendizagem, reconhecemos que eles se dão de forma hierarquizada, do menos complexo para o mais complexo. Por isso, a sequência didática deve promover esse percurso do estudante, iniciando pelas atividades mais simples até chegar nas atividades mais complexas.

b) Proposição das atividades e dos recursos digitais 

Recomendamos que as atividades e os recursos a serem aplicados à sequência didática sejam diversificados. Cabe relembrar que a sequência representa uma ordenação lógica, iniciando com o levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes. Portanto, as atividades devem sempre ser organizadas de maneira lógica, deixando clara a continuidade de cada etapa. 

Lembramos, também, que no ensino não-presencial, os recursos que usamos como apoio para nossa atuação presencial precisarão ser repensados em razão de assumirem, em muitos casos, o papel de mediador com o nosso estudante. Então, cada atividade deve conter sua respectiva descrição e/ou orientação, bem como do recurso a ser utilizado.

c) Avaliação formativa

A sequência didática é concluída com a verificação do alcance do objetivo de aprendizagem proposto. É o momento que permite que o estudante e o professor saibam o quanto do objetivo lançado foi alcançado e se há a necessidade de um apoio pedagógico para algum tema. Caso a sequência não tenha proporcionado o esperado, deve ser complementada por outra atividade.

Referência

ZABALA, AntoniA prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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